Bairros da Vila Carrão, Campo Grande e Mooca não tiveram homicídios

Vizinhos que convivem em harmonia e uma vida noturna frequentada principalmente por famílias e pessoas mais velhas. Esses são os principais motivos apontados por moradores e representantes dos Conselhos Comunitários de Segurança (Consegs) da guia de Vila Carrão e do Parque da Mooca, na zona leste de Sp, e do Campo Grande, na zona sul, para explicar por que as delegacias desses bairros não registraram homicídios nos primeiros oito meses deste ano.

“A qualidade da vizinhança é excelente. Se algum dia ocorrer uma morte aqui, poderá ser um homicídio passional, que acontece dentro de casa e a polícia não tem como evitar. Mas, graças a Deus, na nossa área também não tem esse tipo de crime”, disse Walter Augusto Marques, presidente do Conseg do Alto da Mooca, que atua na área do 57.º Distrito Policial, no Parque da Mooca.

O chefe dos investigadores do 31.º DP, na Vila Carrão, Adalberto Borges de Lima, afirmou que, em comparação com outras regiões da cidade, há poucos bares e casas noturnas na área atendida pela delegacia, onde poderiam acontecer brigas que resultariam em homicídios. “O bairro não tem muita atividade noturna, com uma grande concentração de pessoas mais jovens em um mesmo lugar. Isso dificulta que aconteçam homicídios na região”, afirmou o policial civil.

O vice-presidente do Conseg de Campo Grande, Sergio Berti, também disse que a região da zona sul não tem uma vida noturna agitada. “Os poucos estabelecimentos são frequentados por famílias e por pessoas adultas, o que contribui para não haver confusão na região”, afirmou Berti.





Na Vila Carrão, a sensação de segurança encorajou o comerciante Gerson Avila, de 51 anos, a realizar um desejo antigo: abrir um bar nos fundos de sua casa, onde se apresentam bandas de rock. “Há dez anos não seria possível, porque tinha muito assalto. Mas hoje o bairro é tranquilo”, afirmou Avila, que mora no bairro desde que nasceu. O bar funciona às sexta e sábados e, segundo o comerciante, mesmo com o portão aberto até 1h,nunca houve nenhum problema. “Todo mundo se conhece, o clima é super familiar”, disse o comerciante.

A existência de vínculos entre a comunidade e a presença de moradores antigos também é apontada por quem vive no Parque da Mooca como um antídoto contra a violência. “A maior parte dos moradores está há 50, 60 anos no bairro. Todo mundo se conhece e isso ajuda a preservar o bairro”, apontou Francisco Diniz, de 78 anos, que mora no bairro desde que nasceu. “Me sinto seguro. Caminho à noite sem problemas, e não tenho alarme em casa”, disse.

Apesar da ausência dos casos classificados como homicídios dolosos (quando há a intenção de matar), a área do 99.º DP registrou uma morte violenta em março. Na ocasião, uma pessoa foi vítima de latrocínio (roubo seguido de morte), segundo os dados da criminalidade da Secretaria da Segurança Pública. O órgão ainda não fechou as estatísticas deste mês.

Fonte: Jornal de Floripa





1 resposta

  1. Lorival Bernardes Gonçalves 10 de outubro de 2011

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