Carrão: Apartamento real é diferente do vendido em panfleto

O imóvel sonhado é perto de tudo shopping, estação de metrô e grandes avenidas, tem vista para o verde e, claro, o tamanho exato de seus móveis e de seu bolso.

Comuns em panfletos e campanhas publicitárias de lançamentos, promessas nem sempre cumpridas na realidade podem confundir o comprador desatento, mas servem de prova no caso de eventuais questionamentos na Justiça, dizem especialistas ouvidos pela reportagem.

O deslize mais comum, aponta o advogado Marcelo Tapai, é usar o nome de região mais valorizada no empreendimento, mesmo que esteja longe da área.

O nome do bairro Tatuapé (zona leste), por exemplo, agrega valor a uma obra que, na verdade, fica no bairro do Carrão.

Ninguém compra um imóvel exclusivamente pelo nome, mas isso atrai, explica.

Verde nas vistas das varandas em folhetos é outra prática comum, mesmo quando o entorno não tem parques ou arborização nas ruas.





O desenho da planta fora de escala também pega compradores incautos, alerta Paulo Grandiski, perito do Ibape-SP (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias).

A diferença entre o que estava no apartamento decorado e o imóvel entregue é a maior razão do processo movido pelo artista plástico Marcelo Bodo, 37, contra a incorporadora MaxHaus.

Segundo ele, a unidade decorada do empreendimento mostrava teto com argamassa, diferente do que foi entregue e estava no memorial: concreto aparente.

A MaxHaus declara que os pisos e os tetos de concreto estão em linha com o padrão de acabamento (de concreto aparente) e de acordo o memorial descritivo.

Para se resguardar juridicamente, as empresas usam a ressalva imagens meramente ilustrativas.

Fonte: Correio do Povo





Deixe seu comentário